domingo, 14 de abril de 2013

O desprezo da presidente pela Dama

Thatcher ficou famosa por comandar com mãos de ferro mudanças no Reino Unido que tirariam o país de uma grave crise política e financeira (Life) 

Enquanto líderes mundiais lamentavam com longas e sinceras palavras o falecimento da Dama de Ferro, Margaret Thatcher, ilustre mulher e política do século XX, no Brasil a postura de nossa chefe de Estado foi na direção contrária. Dispensada nota de pesar como a que foi dada a Hugo Chávez, nossa presidente mandou que a Secretaria de Imprensa da Presidência da República divulgasse simples e curta nota dizendo que “ao tomar conhecimento hoje da noticia do falecimento de Margaret Thatcher, a presidenta Dilma Rousseff lamentou a morte da primeira-ministra”.

Tal postura é totalmente impertinente e surreal em um país cuja presidenta formou o governo com o maior número de ministras da história e, falando em presidenta, mudou até regras gramaticais quando sancionou lei determinando o emprego obrigatório da flexão de gênero em documentos públicos para que fosse chamada de “presidenta” - a fim de dar um toque mais feminino ao cargo historicamente ocupado só por homens.

domingo, 3 de março de 2013

Sine panem in circus

O primeiro-ministro demissionário Mario Monti em visita surpresa às forças italianas no Afeganistão (NATOchannel)

Ao assumir o governo italiano em novembro de 2011, Mario Monti se deparou com uma maldita herança de seu antecessor Silvio Berlusconi. Depois de três anos e meio como primeiro-ministro, Berlusconi entregou um país em colapso – dívida pública de 1,9 trilhão de euros (121% do PIB), altos índices de corrupção e frequentes escândalos sexuais envolvendo altos políticos como o próprio premier.

Pela descrença generalizada nos políticos, o professor Monti foi convidado a assumir a chefia de governo por ser tido como o único capaz de implementar as duras políticas de austeridade que a Itália tanto necessitava. Com o apoio no parlamento dos maiores partidos do país, o economista formou um governo técnico que durante treze meses conduziu reformas estruturais que aliviaram as finanças italianas e restauraram a credibilidade do país perante os mercados.